Em 28 de agosto, o Conselho Internacional de Museus – ICOM aprovou uma nova definição para museu, durante a Conferência Geral do ICOM realizada em Praga, República Tcheca. O atual significado incorpora questões mais contemporâneas como sustentabilidade, diversidade, comunidade e inclusão.
Em tradução preliminar elaborada por comitês nacionais dos países de língua portuguesa, o novo texto diz que: “Um museu é uma instituição permanente, sem fins lucrativos, ao serviço da sociedade, que pesquisa, coleciona, conserva, interpreta e expõe o patrimônio material e imaterial. Os museus, abertos ao público, acessíveis e inclusivos, fomentam a diversidade e a sustentabilidade. Os museus funcionam e comunicam ética, profissionalmente e, com a participação das comunidades, proporcionam experiências diversas para educação, fruição, reflexão e partilha de conhecimento”.
Pela primeira vez, em 50 anos, a definição de museu passou por mudanças. Mais de 500 representantes de museus de todo o mundo se reuniram para deliberar sobre a alteração, e 92% dos votos foram a favor. A mudança estava sendo discutida há 2 anos e envolveu milhares de profissionais das mais diversas nacionalidades.
Para o diretor do Museu da Inconfidência, Alex Calheiros, a atualização do conceito de museu foi necessária e veio em boa hora: “a nova definição sinaliza que um museu não pode fechar em si mesmo, pois é um lugar de múltiplas possibilidades, um espaço de investigação e pesquisa, e não somente de visitação”.
Ele enfatiza que o significado estabelecido para museus reforça a ideia de cultura como um direito fundamental, ao registrar a importância da sustentabilidade e da promoção e inclusão da diversidade nesses espaços. “Essa nova compreensão incentiva a abertura para trocas necessárias com a comunidade, já que o museu além de difundir, também produz conhecimento”, conclui o diretor.
No Brasil, mais de 1,6 mil pessoas participaram dos debates promovidos pelo Comitê Brasileiro do ICOM. O país também teve participação decisiva no processo, já que o comitê internacional criado especialmente para a revisão, o ICOM Define, foi co-coordenado pelo museólogo brasileiro Bruno Brulon.
Saiba mais sobre a nova definição no site do ICOM.