A exposição Atos de Revolta: outros imaginários sobre independência será inaugurada pelo Museu de Arte Moderna – MAM.Rio no próximo sábado, 17 de setembro. A mostra conta com obras do acervo do Museu da Inconfidência – MdInc, e tem como referência o bicentenário da Independência do Brasil. Atos de Revolta busca repensar esse processo histórico e abordar os diversos imaginários de país esboçados.
Neste ano, o Brasil comemorou 200 anos de independência. A data é comumente lembrada pelo “grito” proclamado às margens do rio Ipiranga, por Dom Pedro I. Contudo, há diversos outros levantes, motins e insurreições antes desse momento ou que ocorreram nas décadas seguintes, durante o Primeiro e o Segundo Reinado e o período regencial.
Assim, buscando evidenciar esses outros cenários, a exposição faz referência à Guerra Guaranítica (1753-56), à Inconfidência Mineira (1789), à Revolução Pernambucana (1817), à Independência da Bahia (1822), à Cabanagem (1835-40), à Revolução Farroupilha (1835-45), à Revolta de Vassouras (1839) e à Balaiada (1838-41) entre outras.
Diversos artistas brasileiros – de gerações e territórios diversos – foram convidados a pensar sobre essas narrativas. Com isso, a exposição fala sobre os conflitos do sistema colonial e revela as contradições da historiografia brasileira, que apagou personagens importantes da e para a história do país. Atos de Revolta conta com peças do acervo do Museu da Inconfidência, do Museu Histórico Nacional e do Convento Santo Antônio, sendo os dois últimos localizados no Rio de Janeiro.
Para Alex Calheiros, diretor do MDINC, a colaboração com outros museus “é de suma importância porque introduz um elemento pouco óbvio em museus históricos, comumente mais engessados, de operar por uma outra chave: a da imaginação’’. Alex ainda reforça que a mostra encontra algo comum entre museus tão distintos e que espera, a partir da experiência, o amadurecimento tanto das equipes como das instituições.
O diretor artístico do MAM, Pablo Lafuente, ainda ressalta que a exposição é importante para “refletir e discutir os processos que nos levaram a ser o que somos“. Pablo também faz parte da curadoria e comenta que a parceria com o Museu da Inconfidência começou com a conversa sobre que tipo de relação um museu de arte contemporânea pode estabelecer com um museu histórico.
Curadoria: Beatriz Lemos, Keyna Eleison, Pablo Lafuente e Thiago de Paula Souza
Artistas:
Ana Lira (Recife, Pernambuco)
Arissana Pataxó (Porto Seguro, Bahia)
Arjan Martins (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro)
Elian Almeida (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro)
Gê Viana (São Luís, Maranhão)
Giseli Vasconcelos (Belém, Pará) e Pedro Victor Brandão (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro)
Glauco Rodrigues (Bagé, Rio Grande do Sul)
Glicéria Tupinambá (Ilhéus, Bahia)
Gustavo Caboco Wapichana (Curitiba, Paraná) e Roseane Cadete Wapichana (Boa Vista, Roraima)
Luana Vitra (Belo Horizonte, Minas Gerais)
Marcela Cantuária (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro) em colaboração com a Frente de Mulheres Brigadistas
Paulo Nazareth (Belo Horizonte, Minas Gerais)
Thiago Martins de Melo (São Luís, Maranhão)
Tiago Sant’Ana (Salvador, Bahia)
Saiba mais no site do MAM Rio.